Amputação transtibial: entenda o que é e quais as melhores próteses

Dr. José André Carvalho
junho 12, 2024

A amputação transtibial é uma cirurgia para retirada parcial da perna abaixo do joelho, ou…

Mulher com uma amputação transtibial usando sua prótese de perna durante uma aula de yoga.

A amputação transtibial é uma cirurgia para retirada parcial da perna abaixo do joelho, ou seja, da tíbia e fíbula, que são os ossos que pertencem à panturrilha.

Essa é uma das formas mais comuns de amputações dos membros inferiores e pode ser necessária devido a diversas condições médicas, como doenças vasculares, traumas graves ou infecções. 

Uma característica deste tipo de amputação é a preservação da articulação do joelho, permitindo maior mobilidade e melhor adaptação ao uso de próteses.

No entanto, a escolha do dispositivo ideal é de suma importância para garantir uma boa qualidade de vida e facilitar a reintegração das atividades diárias. 

A fim de desmistificar o tema, neste artigo do IPO Brasil, vamos apresentar o que é a amputação transtibial, os motivos que levam a essa cirurgia, além de apresentar as melhores opções de próteses disponíveis no mercado. 

Acompanhe o conteúdo! 

O que é amputação transtibial?

A amputação transtibial envolve a remoção parcial da tíbia e da fíbula, ossos localizados na parte inferior da perna, também é definida pela desarticulação do tornozelo. 

Uma particularidade distintiva deste tipo de amputação é a preservação da articulação do joelho.

Atualmente, essa é uma das amputações mais comuns e provoca mudanças físicas, psicológicas e fisiológicas nos pacientes. Ela pode ser classificada em três etapas:

  • Proximal: próximo ao joelho;
  • Médio: altura da panturrilha;
  • Distal: próximo ao tornozelo.

Conheça os níveis de amputação transtibial

De fato, a amputação transtibial pode ser classificada em diferentes níveis, dependendo da altura em que os ossos da tíbia e fíbula são removidos. 

Cada grau tem suas particularidades e pode influenciar a escolha da prótese e o processo de reabilitação. 

Abaixo, vamos explorar as categorias mais comuns:

  • Amputação transtibial terço proximal;
  • Amputação transtibial terço médio;
  • Amputação transtibial terço distal.

Portanto, compreender esses níveis é importante para profissionais de saúde e pacientes, pois influencia diretamente o planejamento cirúrgico, a escolha da prótese e a abordagem de reabilitação.

Quais as principais causas da amputação transtibial?

Em alguns casos, como quando o paciente tem diabetes ou nasceu com malformações congênitas, como a hemimelia fibular, ou ainda sofre com problemas vasculares, a cirurgia de amputação pode ser programada com antecedência e o acompanhamento psicológico começa já na fase pré-operatória.

Em outras situações, como acidentes graves de trânsito ou de trabalho, a pessoa já desperta sem um ou dois membros, precisando se adaptar imediatamente à nova realidade. Isso destaca a importância primordial do suporte psicoterapêutico.

Independentemente da razão para o procedimento, é vital superar os desafios psicológicos após a amputação com a ajuda de profissionais especializados e de uma base familiar sólida. 

Além disso, contar com uma equipe qualificada de fisioterapeutas é essencial, pois a fisioterapia é necessária tanto depois da intervenção quanto durante a adaptação à prótese.

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Como funciona o pós-operatório e a reabilitação para amputados transtibiais?

Dentro de 24 a 48 horas após a cirurgia, conforme a condição do indivíduo e a causa da amputação, podem ser iniciados exercícios isométricos e terapias leves de mobilidade articular, dependendo da tolerância e intensidade do paciente. 

No caso de amputação traumática transtibial, que traz dor intensa devido ao trauma, é imprescindível que seja feito o correto manejo de posicionamento em leito para evitar contraturas e deformidades do membro remanescente.  

Ao identificar sinais clínicos de dor causados por neuromas, após a remoção dos pontos cirúrgicos, é importante garantir uma boa cicatrização da ferida para evitar aderências profundas, além de massagear suavemente o coto e promover a dessensibilização para manejo da dor/sensação fantasma. 

Gradualmente, deve-se manter a tensão muscular nas pernas e fortalecer os músculos. Amputados unilaterais devem começar o estímulo a descarga de peso na perna contralateral à amputação e estímulo à marcha utilizando dispositivos auxiliares (andador, muletas axilares, bengalas canadenses), que serão indicados de acordo com suas condições clínicas e funcionais.

Em algumas situações, a marcha assistida pode ser inviável no curto prazo, mas tentar a simples posição de pé será um avanço no programa de reabilitação, especialmente, para idosos e pessoas fisicamente debilitadas.

O plano de reabilitação deve começar o mais cedo possível, levando em conta as variáveis de cada paciente, o que significa que a velocidade do tratamento pode variar.

A propósito, segundo a literatura científica mais recente, é importante destacar que a utilização precoce de uma prótese ainda é a escolha mais sensata. 

Fisioterapia e amputação transtibial: qual é a importância para uma boa reabilitação?

A fisioterapia é fundamental no processo de reabilitação de um amputado transtibial. 

O fisioterapeuta é responsável pela reeducação funcional, fornecendo suporte em todas as etapas, integrando-se à equipe multidisciplinar. 

Ele supervisiona e trata o paciente desde os estágios pré e pós-operatório, auxiliando na adaptação à prótese.

O ideal é iniciar esse processo o mais cedo possível, focando na dessensibilização do coto, orientando sobre o processo de enfaixamento do mesmo com uma atadura para garantir uma boa circulação sanguínea, eliminar edemas e preparar o coto para a prótese.

Os exercícios devem incluir fortalecimento muscular dos braços para que possam sustentar melhor o peso do corpo ao usar muletas. Também é essencial:

  • Fortalecer outras estruturas que permanecerão após a amputação;
  • Oferecer orientações ao paciente sobre massagem proprioceptiva;
  • Trabalhar o membro contralateral e os membros superiores;
  • Realizar treino de marcha.
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Como funciona a estrutura da prótese transtibial? 

A estrutura de uma prótese transtibial é cuidadosamente projetada para replicar a função da perna abaixo do joelho, proporcionando suporte, estabilidade e mobilidade ao indivíduo. 

A seguir, vamos apresentar os principais componentes que fazem parte de tal dispositivo:

Encaixe e suspensão 

O encaixe correto garante que a prótese fique firmemente fixada ao coto residual, permitindo uma maior estabilidade, distribuição de carga e fixação durante os movimentos. 

Além disso, a suspensão refere-se ao sistema utilizado para manter a prótese presa ao coto, ou seja, são os sistemas que mantém o dispositivo no lugar, que podem incluir pino, vácuo ou encaixe por pressão. 

Pé protético

O pé para prótese transtibial é um elemento fundamental que compõe o mecanismo. Há uma variedade de modelos disponíveis, cada um projetado para atender a diferentes requisitos e níveis de atividade. 

Os pés protéticos são amplamente populares, pois replicam de forma eficaz o movimento natural do membro durante a marcha, garantindo um melhor equilíbrio. 

Esses dispositivos se adaptam em diferentes terrenos, possibilitando uma experiência de caminhada mais suave e próxima do natural.

Componentes de absorção de choque

Os componentes de uma prótese de perna transtibial incluem também sistemas de absorção de choque, como pés e sistemas de amortecimento, que ajudam a reduzir a carga nas articulações remanescentes. 

A combinação desses componentes visa proporcionar ao usuário uma experiência de uso o mais próxima possível da funcionalidade natural da perna, permitindo uma gama de atividades diárias e uma vida ativa. 

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