O membro fantasma é uma sensação ou dor que permanece no local em que uma parte do corpo foi amputada. Em outras palavras, mesmo após a cirurgia, o indivíduo ainda consegue sentir como se o membro estivesse no local.
Por anos, este fenômeno tem intrigado a história, havendo casos relatados desde o século 16. O cirurgião francês Ambroise Paré o introduziu na literatura médica, contudo, devido à época, as explicações eram pautadas apenas no sobrenatural.
Por essa razão, neste artigo do IPO Brasil, vamos explorar o fenômeno do membro fantasma, entender por que acontece e como isso pode impactar a vida das pessoas.
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O que é membro fantasma?
Refere-se à experiência na qual uma pessoa sente a presença da parte do corpo que foi amputada. Mesmo que o membro físico não esteja mais presente, o indivíduo ainda percebe sensações físicas, como dor, coceira, calor ou frio na região afetada.
No geral, essas percepções são frequentemente descritas como se o membro ainda estivesse lá.
Esse fenômeno é uma manifestação do funcionamento complexo do cérebro e do sistema nervoso, sendo uma área de estudo tanto na neurociência quanto na psicologia.
Os especialistas dizem que tal condição pode se manifestar de duas formas: sensação ou dor no membro fantasma crônica.
Na verdade, a síndrome do membro fantasma pode ser vivenciada por qualquer pessoa que tenha passado por uma amputação, seja nos membros superiores ou inferiores, incluindo casos de desarticulação de quadril ou joelho, amputações transfemorais ou transtibiais, podem experimentar a síndrome do membro fantasma ao longo de suas vidas.
Como funciona a síndrome do membro fantasma?
Para entender a síndrome do membro fantasma, vamos considerar este cenário: nosso cérebro é um computador, enquanto o membro que foi amputado é o nosso teclado.
Se cortarmos os cabos que conectam o dispositivo ao teclado, mesmo que esses fios estejam danificados, o computador ainda pode perceber a conexão.
Analogamente, na síndrome do membro fantasma, ocorre uma interrupção na comunicação entre o cérebro e o corpo.
O cérebro é responsável por construir a nossa imagem corporal e, portanto, têm dificuldade em reconhecer a ausência de uma parte do corpo.
Cerca de 70% dos amputados relatam sensações ao longo da vida, sendo acometidos pela síndrome do membro fantasma.
Qual a diferença entre a sensação e dor do membro fantasma?
A diferença entre a sensação e dor do membro fantasma reside, principalmente, na natureza e intensidade das experiências percebidas pela pessoa que vive essa condição. Entenda melhor cada conceito abaixo:
Sensação do membro fantasma
Consiste em continuar sentindo a presença do membro mesmo depois de ele ter sido removido.
Por exemplo, imagine alguém que tenha perdido um braço e, ao lado de um telefone tocando, sinta automaticamente o impulso de tentar atender, mesmo sem o braço presente.
Isso basicamente resume o que acontece: o cérebro enfrenta desafios em compreender a perda de uma parte do corpo.
Dor em membro fantasma
Sem uma razão óbvia, é uma ilusão dolorosa, pois os pacientes descrevem sensações intensas de queimação, ardor ou até mesmo beliscões na área onde o membro foi amputado.
Essa dor tende a se agravar ao longo do tempo, sendo mais comum em indivíduos que passaram por amputações traumáticas. Os sintomas podem ter origem tanto física quanto psicológica.
Sintomas mais habituais do membro fantasma
Conforme discutido, os pacientes que sofrem com tal condição experimentam uma variedade de sintomas desconfortáveis no membro amputado.
Os principais sinais relatados incluem:
- Sensação de que o membro amputado ainda está presente;
- Queimação na área da amputação;
- Dor aguda ou pulsante;
- Formigamento;
- Sensação de beliscões ou aperto;
- Ocorrência de cãibras.
Além disso, em casos mais raros, alguns pacientes descrevem uma sensação de duplicação dos membros, percebendo tanto a presença da parte amputada quanto de um outro membro paralelo.
A síndrome membro fantasma pode ser de fator psicológico ou psíquico?
Durante muitos anos, acreditava-se que a sensação do membro fantasma tinha raízes principalmente psicológicas. Entretanto, no século XXI, essa ideia foi substituída pela “teoria fisiológica”.
De acordo com estudos, essa síndrome está ligada às áreas do cérebro responsáveis pela percepção sensorial, especialmente, ao mapa somatossensorial no córtex pós-central.
Cada pessoa tem uma representação mental do seu corpo, chamada de “imagem corporal”, que é influenciada por ideias, percepções e emoções em constante mudança.
Estamos acostumados com a sensação de um corpo completo, então quando ocorre uma amputação, pode ser difícil para o cérebro se adaptar. Mesmo que o membro físico não exista mais, a área correspondente no cérebro continua ativa.
Assim, o fenômeno do membro fantasma é resultado de uma interação complexa entre fatores psicológicos e fisiológicos, mas é a “teoria fisiológica”, que oferece uma explicação para as sensações vivenciadas pelos pacientes.
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Membro fantasma: tratamento usado para combater a síndrome
Para lidar com a síndrome do membro fantasma, o primeiro passo é conversar com um fisioterapeuta ou outro profissional especializado.
Eles podem oferecer tratamentos como medicamentos, fisioterapia, acupuntura ou outras opções alternativas, que ao longo do tempo podem ajudar a reduzir os sintomas.
Inclusive, um método desenvolvido pelo Dr. Ramachandran para aliviar os efeitos dessa condição, envolve o uso de um espelho posicionado ao lado do membro que não foi amputado.
A ideia é enganar o cérebro, criando a ilusão de que ambas as partes estão presentes, o que pode reduzir a dor do membro fantasma.
Em geral, o tratamento fisioterapêutico para tal síndrome pode proporcionar ao paciente uma maior independência funcional, além de ajudá-lo a se reintegrar às atividades profissionais e sociais.
Portanto, a amputação não significa mais uma limitação para a vida diária. Pelo contrário, é uma nova fase que requer adaptação para que as tarefas cotidianas possam ser realizadas com o máximo de normalidade possível, semelhante às pessoas que não passaram por essa experiência.
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