A osteomielite é uma infecção óssea causada por bactérias, mas que também pode ser provocada por fungos ou vírus.
Essa condição é capaz de afetar pessoas de todas as idades, trazendo consigo sintomas dolorosos e complicações sérias, se não for tratada adequadamente.
Em algumas situações, a doença pode ser aguda, durando poucas semanas. Já em outras, a condição pode ser crônica, ficando ativa por longos períodos de tempo e chegando até mesmo a causar a necrose óssea.
Por esse motivo, neste conteúdo do IPO Brasil, vamos relatar em detalhes o que é osteomielite no osso, como o problema pode ser prevenido, os sinais que indicam sua presença e os tratamentos disponíveis.
Afinal, ao compreendermos melhor essa doença e as abordagens de cuidados existentes, podemos ajudar a proteger nossa saúde óssea, além de garantir um tratamento eficaz.
Leia mais neste post!
O que é osteomielite?
O termo osteomielite descreve a infecção nos ossos provocada por bactérias ou fungos, que acarreta em sintomas como dor no osso, vermelhidão, inchaço e calor na área afetada ou febre.
Na maioria das vezes, a causa primária é o Staphylococcus aureus, uma bactéria capaz de formar colônias na superfície da pele e estabelecer-se nas passagens nasais de pessoas saudáveis sem causar danos ao hospedeiro.
No entanto, a condição só se manifesta quando esses agentes invadem o organismo através de lesões mínimas na pele, mucosa ou até mesmo pela ingestão de alimentos contaminados.
Além do Staphylococcus aureus e dos fungos, em menores casos, a Mycobacterium tuberculosis também pode estar envolvida no aparecimento do problema.
Em geral, essa condição pode ocorrer como consequência de um corte profundo, fratura ou colocação de uma prótese.
Nessas circunstâncias, o agente infeccioso entra em contato diretamente com o osso ou alcança os ossos por meio da circulação sanguínea em decorrência de outras situações como abscesso, endocardite ou tuberculose, por exemplo.
Quais são outras formas de contrair osteomielite?
A verdade é que existem diferentes maneiras pelas quais bactérias ou fungos podem alcançar os ossos, como:
- Pela proximidade com lesões cutâneas que se aprofundam nos tecidos moles próximos, como ocorre em casos de úlceras por pressão e pé diabético;
- Como consequência de problemas periodontais, que podem levar à formação de abscessos dentários e gengivais;
- Por meio de contato direto com o osso, como em casos de fraturas expostas;
- Durante procedimentos cirúrgicos ortopédicos, incluindo cirurgias corretivas ou instalação de próteses;
- Através de ferimentos causados por objetos perfurantes contaminados.
Inclusive, a osteomielite pode surgir em pessoas de qualquer idade e afetar qualquer osso do corpo.
Em crianças, as áreas mais suscetíveis são as placas de crescimento situadas nas extremidades dos ossos longos (metáfises) das pernas, como o fêmur e a tíbia, e dos braços, como o úmero e o rádio.
Nessa faixa etária, a forma mais frequente de contágio é a hematogênica, ou seja, por meio da circulação sanguínea.
Nos adultos, os ossos da coluna vertebral (osteomielite vertebral) são os mais comumente afetados pela via hematogênica.
O que causa osteomielite?
A osteomielite é causada principalmente por bactérias, embora também possa ser desencadeada por fungos, como dito anteriormente.
Esses agentes, normalmente, entram no osso através de:
- Feridas abertas: traumas, cirurgias ortopédicas ou lesões que cortam a pele podem permitir que as bactérias entrem no osso;
- Infecções no sangue: bactérias presentes em outras partes do corpo podem entrar na corrente sanguínea e se alojar nos ossos, causando osteomielite;
- Implantes ortopédicos: dispositivos ortopédicos, como placas, pinos ou próteses, podem se tornar infectados e introduzir bactérias no osso;
- Infecções adjacentes: infecções em tecidos moles adjacentes aos ossos, como celulite ou úlceras, podem se espalhar para o osso próximo;
- Contaminação direta: em casos raros, procedimentos médicos invasivos ou injeções repetidas podem introduzir bactérias diretamente no osso.
Uma vez dentro do osso, essas bactérias desencadeiam uma resposta inflamatória do corpo, levando aos sintomas característicos da osteomielite.
Quais são os tipos de osteomielites?
Existem diversos tipos de osteomielites, classificados principalmente com base na duração e na forma como a infecção se desenvolve. As principais categorias incluem:
- Osteomielite aguda: os sintomas surgem imediatamente após a infecção óssea, na maioria dos casos, diagnosticada dentro das primeiras duas semanas do início da doença;
- Osteomielite subaguda: este tipo é caracterizado pela identificação e diagnóstico da osteomielite dentro de até seis semanas após a infecção inicial;
- Osteomielite crônica: esta forma da doença persiste por mais de seis semanas ou resulta na formação de abscessos ósseos. Normalmente, isso ocorre devido a um diagnóstico tardio e ao tratamento inadequado, resultando em uma progressão lenta e contínua da enfermidade, que pode durar meses ou até anos.
A identificação do tipo de osteomielite é de suma importância, pois permite que os médicos avaliem a gravidade da condição e prescrevam o tratamento mais apropriado.
Osteomielite: sintomas mais comuns
Os sintomas de osteomielite podem variar de acordo com a gravidade da infecção e o tipo da condição.
Alguns dos sinais mais habituais são:
Já nas situações mais graves, é possível que haja úlceras na pele, fístulas, secreção purulenta, destruição óssea e necrose local.
Dessa forma, quando sinais e sintomas sugerem a possibilidade de osteomielite, é fundamental buscar a consulta de especialista.
Esse profissional pode solicitar exames para confirmar a presença da infecção e identificar o agente causador, permitindo assim a escolha do tratamento mais apropriado.
Leia mais sobre:
Conheça os grupos de risco da osteomielite
Consideram-se os grupos de risco para a condição:
- Pessoas com o sistema imunológico comprometido;
- Aqueles que passaram por cirurgias ou traumas recentes;
- Indivíduos com diabetes descompensada;
- Portadores de distúrbios circulatórios;
- Pessoas com neuropatias periféricas.
Também precisam adotar cuidados extras aqueles que se submeteram a tratamentos como quimioterapia, radioterapia ou hemodiálise, bem como os que utilizam medicamentos de uso contínuo, como corticoides e inibidores do fator de necrose tumoral, além de usuários de drogas injetáveis.
Osteomielite é câncer no osso?
A osteomielite não deve ser confundida com câncer no osso, pois trata-se de uma infecção nos ossos provocada por bactérias, micobactérias ou fungos.
Por outro lado, o câncer ósseo é um tumor maligno que surge devido a mutações no DNA das células, levando à multiplicação descontrolada das mesmas.
Apesar de ser raro, em casos de osteomielite crônica, há um pequeno risco de transformação maligna, o que pode resultar no desenvolvimento de câncer no osso.
Como é feito o diagnóstico para osteomielite?
O diagnóstico da osteomielite considera a avaliação clínica do paciente juntamente com os resultados de diversos testes de sangue, o que inclui hemograma, hemocultura, taxa de sedimentação de eritrócitos (VHS) e níveis de proteína C-reativa.
Além disso, exames de imagem como radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea desempenham um papel importante no diagnóstico da doença.
Para identificar o micro-organismo responsável pela infecção, muitas vezes, é necessário coletar amostras de sangue, pus ou até mesmo do próprio osso para posterior análise em biópsia.
Como tratar osteomielite?
Antes de tudo, os tratamentos para osteomielite devem ser iniciados o mais rápido possível para promover uma excelente recuperação.
Sendo assim, o médico é responsável por orientar o uso de medicamentos potentes que tenham um efeito acelerado.
No geral, é recomendado o uso de antibióticos administrados por via intravenosa durante um período prolongado no hospital, visando acelerar a erradicação do agente infeccioso.
Após a estabilização dos sintomas e dos resultados laboratoriais, o paciente pode receber alta hospitalar e continuar o tratamento em casa, seguindo as orientações do especialista.
Em alguns casos, o tratamento cirúrgico com debridamento local e ressecção óssea pode ser necessário em conjunto com o uso de antibióticos.
É importante ressaltar que nenhum tipo de remédio caseiro deve substituir os medicamentos prescritos pelo médico para tratar a osteomielite.
Contudo, repouso e uma dieta equilibrada, com uma boa ingestão de líquidos, podem ajudar a acelerar a recuperação.
Embora a fisioterapia não seja um tratamento direto para a condição, pode ser benéfica durante ou após o tratamento para manter a qualidade de vida e auxiliar na recuperação física.
Em quais casos é necessária a amputação?
A amputação é considerada também como um tratamento, reservada apenas para casos em que o comprometimento ósseo é extremamente grave e não responde ao tratamento clínico ou cirúrgico.
Nestas circunstâncias, há um risco significativo para a vida do paciente.
Osteomielite pode matar?
A osteomielite não é fatal, mas pode abrir caminho para complicações mais graves que, em alguns casos, podem resultar em morte.
Por exemplo, uma sepse generalizada e grave, causada por uma osteomielite que não foi tratada adequadamente, pode levar ao falecimento do paciente.
A osteomielite tem cura?
Sim, a condição tem cura desde que a infecção seja identificada logo no início e o tratamento com antibióticos é iniciado em seguida, conforme as orientações médicas.
Como prevenir e diminuir o risco de desenvolver osteomielite?
É possível reduzir o risco de desenvolver osteomielite com alguns cuidados simples e fundamentais, como a higiene pessoal, que ajuda a prevenir infecções.
O principal cuidado é lavar as mãos com água e sabão sempre que chegar em casa, antes de fazer as refeições, após usar o banheiro e quando entrar em contato com pessoas doentes, especialmente se houver cortes, arranhões ou feridas abertas na pele. A limpeza cuidadosa dessas lesões é essencial.
Outras ações que ajudam a diminuir o risco de osteomielite englobam:
- Manter os pés limpos e hidratados, além de usar sapatos e meias adequados para evitar lesões, ainda mais pessoas com diabetes;
- Prevenir a formação de escaras (úlceras por pressão). Caso você precise ficar muito tempo na mesma posição, mesmo que acamado ou sentado, busque ajuda para mudar de posição frequentemente;
- Ter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas, evitar o tabaco e o consumo de bebidas alcoólicas. Esses hábitos fortalecem o sistema imunológico, ajudando a combater infecções que poderiam causar danos ao corpo;
- Evitar a automedicação. Sempre que surgirem lesões na pele ou na boca que não cicatrizam rapidamente, busque orientação médica ou odontológica especializada.
Como você pode perceber, a osteomielite é uma infecção grave e de difícil tratamento, ainda mais se não for diagnosticada e tratada de forma precoce e adequada.
Ela pode gerar complicações e sequelas se não for devidamente abordada.
Se houver suspeita de osteomielite, procure imediatamente um ortopedista especializado na área afetada.
Conclusão
A osteomielite é uma condição séria que requer atenção imediata para prevenir complicações graves.
Compreender os sintomas, fatores de risco e opções de tratamento é fundamental para garantir uma abordagem eficaz e minimizar o impacto da doença na saúde óssea e no bem-estar geral do paciente.
A prevenção é primordial para reduzir o risco de desenvolver a condição, destacando a importância da higiene adequada, tratamento precoce de lesões e infecções, além do manejo cuidadoso de condições subjacentes.
Diante dos avanços nos métodos diagnósticos, é possível oferecer tratamentos mais precisos e individualizados, visando uma recuperação rápida e completa.
Conheça o IPO Brasil
Agora que já sabemos o que é osteomielite crônica ou aguda, vale lembrar que todas as unidades do IPO oferecem o que há de mais moderno no segmento de prótese, órtese e reabilitação física.
No Instituto, as indicações são realizadas após minuciosa avaliação clínica.
Em laboratórios próprios, próteses e órteses são confeccionadas de forma personalizada atendendo as necessidades específicas de cada caso, enquanto a equipe de reabilitação acompanha os pacientes durante todo o processo de reabilitação.
Nossa equipe está preparada para entender o seu caso e avaliar com cuidado a sua necessidade específica.
Entre em contato conosco agora mesmo!