Perna necrosada: por que acontece e qual é o tratamento?

Dr. José André Carvalho
janeiro 30, 2025

A perna necrosada é uma condição grave que ocorre quando os tecidos do membro sofrem…

Homem sentado em um banco de praça usando sua prótese de perna após passar por um tratamento de perna necrosada e necessitar amputar o membro.

A perna necrosada é uma condição grave que ocorre quando os tecidos do membro sofrem morte celular devido à falta de oxigenação e circulação sanguínea.

Esse problema pode estar associado a diversas causas, como diabetes avançado, infecções severas ou traumas que comprometam a vascularização. 

Além de representar riscos para a saúde, a necrose exige tratamento rápido e especializado para evitar complicações mais severas, como amputações.

A seguir, conheça as causas dessa condição, como identificá-la precocemente e quais são os tratamentos mais eficazes disponíveis. Acompanhe!

Como acontece a necrose na perna?

A perna com necrose apresenta uma situação em que as células dos tecidos do membro morrem, podendo surgir devido à falta de oxigênio ou baixa circulação de sangue em lesões traumáticas, como fraturas graves ou luxações. 

No geral, a necrose na perna pode levar à degeneração das articulações, causando dor e limitação de movimento. 

Quais fatores de risco mais comuns associados à necrose da perna?

Os fatores de risco mais comuns associados à necrose nas pernas estão relacionados a condições que comprometem a circulação sanguínea, saúde dos tecidos ou capacidade do corpo de combater infecções. 

Essas condições aumentam de forma significativa a probabilidade de ocorrência da necrose, especialmente quando não tratadas adequadamente. Confira as principais:

Doenças crônicas

  • Diabetes mellitus: elevados níveis de glicose podem danificar vasos sanguíneos e nervos, aumentando o risco de úlceras, infecções e necrose;
  • Doenças arteriais: a aterosclerose e a doença arterial periférica reduzem o fluxo sanguíneo para os membros inferiores, dificultando a oxigenação dos tecidos;
  • Hipertensão: contribui para o dano vascular e pode agravar problemas circulatórios.

Tabagismo

O uso do cigarro prejudica a circulação ao causar inflamação nos vasos sanguíneos e acelerar a formação de placas ateroscleróticas, o que intensifica o risco de isquemia (falta de sangue) nos membros.

Sedentarismo e obesidade

A falta de atividade física e o excesso de peso sobrecarrega o sistema cardiovascular, favorecendo problemas circulatórios que podem levar à necrose.

Traumas e lesões

Ferimentos graves, queimaduras ou esmagamentos podem interromper o fluxo sanguíneo para os tecidos da perna, ocasionando necrose se não houver tratamento imediato.

Infecções

Infecções bacterianas, como a fasciíte necrosante, podem destruir rapidamente os tecidos e levar à necrose, ainda mais em indivíduos com imunidade comprometida.

Idade avançada

O envelhecimento aumenta o risco de doenças circulatórias e reduz a capacidade de cicatrização dos tecidos.

Histórico de doenças autoimunes ou trombóticas

Condições como lúpus, vasculites e trombofilias podem causar inflamação ou coágulos nos vasos sanguíneos, bloqueando a circulação.

Exposição a condições extremas

  • Congelamento (frostbite): a exposição prolongada a baixas temperaturas pode levar à morte celular por falta de circulação;
  • Pressão contínua: em pessoas acamadas ou imobilizadas, a pressão prolongada sobre determinados pontos pode causar úlceras que evoluem para necrose.

Intervenções invasivas 

Intervenções invasivas podem aumentar o risco de necrose, principalmente quando os tecidos são danificados durante o procedimento cirúrgico.

Portanto, a necrose é uma condição séria, podendo resultar em consequências como a perda de tecido, infecções graves, septicemia e, em casos extremos, amputações, levando a necessidade do uso de uma prótese de perna

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Principais sintomas de perna necrosando

Os sintomas de uma perna necrosando são sinais claros de que os tecidos estão sofrendo devido à falta de circulação sanguínea, oxigenação ou em decorrência de infecção severa. 

Identificar os indícios precocemente é necessário para iniciar o tratamento mais adequado, além de evitar complicações graves. Principais sinais de perna necrosada:

  • Alterações na coloração da pele: inicialmente, a pele pode apresentar áreas pálidas ou arroxeadas devido à falta de fluxo sanguíneo. Em estágios avançados, a pele fica escura, com tons marrons, pretos ou esverdeados, indicando morte tecidual;
  • Dor intensa ou ausência de dor: na fase inicial, pode haver dor forte e persistente no local afetado. Com o avanço da necrose e a morte dos nervos, a dor pode desaparecer, o que é um sinal grave;
  • Inchaço e endurecimento: a região pode apresentar inchaço aparente, com isso, os tecidos ficam rígidos ou endurecidos ao toque;
  • Mau odor: a necrose úmida, geralmente associada a infecções, provoca cheiro forte e desagradável devido à decomposição dos tecidos;
  • Feridas e úlceras abertas: podem surgir lesões que não cicatrizam, expostas ou com secreção purulenta (pus);
  • Perda de sensibilidade: conforme a necrose avança, ocorre perda de sensação na área afetada devido à morte dos nervos;
  • Formação de bolhas: em alguns casos, surgem bolhas contendo líquido claro, sangue ou pus, indicando infecção grave nos tecidos;
  • Febre e sinais de infecção sistêmica: se a necrose estiver associada a infecção, o paciente pode apresentar febre, calafrios e sensação de mal-estar, indicando septicemia (infecção no sangue);
  • Mobilidade reduzida: movimentar a perna pode se tornar doloroso ou impossível devido ao dano tecidual e à inflamação local.

Ao notar qualquer um desses sintomas, é essencial buscar atendimento médico imediato, pois a necrose pode se agravar rapidamente, levando à amputação ou infecção generalizada (sepse). 

Portanto, o diagnóstico precoce aumenta as chances de recuperação e evita complicações irreversíveis.

O que causa necrose no coto? - Infecções; - Traumas no coto; - Diabetes descontrolada; - Falta de cuidados apropriados com a ferida.

Como é feito o diagnóstico de ferida necrosada na perna?

O diagnóstico de uma ferida necrosada na perna exige uma avaliação médica detalhada e criteriosa, uma vez que a identificação precoce é essencial para evitar consequências graves, como amputação ou infecção sistêmica. 

Esse processo vai além de uma simples inspeção visual, o que combina exames clínicos e laboratoriais para entender a extensão do problema e sua causa.

Anamnese completa

O médico investiga o histórico do paciente, incluindo doenças preexistentes como diabetes, doenças vasculares ou infecções, além de hábitos de vida (tabagismo, sedentarismo) e possíveis traumas recentes. 

Essa etapa é necessária para identificar fatores de risco.

Exame físico minucioso

  • Avaliação da aparência da ferida: presença de tecidos escuros (marrons, pretos ou esverdeados), sinais de infecção (pus, mau cheiro) e profundidade da lesão;
  • Verificação da sensibilidade e dor na região: a ausência de dor pode indicar comprometimento severo dos nervos;
  • Análise da circulação: checar pulsos periféricos e sinais de isquemia (pele fria, pálida ou arroxeada).

Exames de imagem

  • Doppler arterial: avalia o fluxo sanguíneo nos vasos da perna, identificando obstruções ou reduções na circulação;
  • Angiografia: exame mais detalhado que localiza bloqueios específicos nas artérias;
  • Raio-X ou ressonância magnética: verifica se há comprometimento ósseo (osteomielite) ou extensão profunda da infecção.

Testes laboratoriais

  • Hemograma completo: identifica sinais de infecção sistêmica, como aumento de leucócitos;
  • Cultura da ferida: coleta de amostras para identificar bactérias ou outros agentes infecciosos presentes na necrose, ajudando na escolha do antibiótico adequado;
  • Glicemia e hemoglobina glicada: avaliam o controle do diabetes, caso seja uma condição associada.

Por que o diagnóstico correto é importante?

Uma ferida necrosada nunca é “só uma ferida”. Ela é o sintoma de algo muito maior, como insuficiência arterial, infecção grave ou doença sistêmica descontrolada. 

Sem um diagnóstico preciso e rápido, a necrose pode evoluir para complicações irreversíveis, o que abrange sepse ou a necessidade de amputação. Portanto, ao menor sinal da condição, o atendimento médico especializado é indicado. 

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Perna necrosada tem cura?

A perna necrosada pode ser tratada, mas a “cura” depende do estágio da necrose, da causa subjacente e da rapidez com que o tratamento é iniciado. 

Quando identificada precocemente, é possível salvar a área afetada ou minimizar os danos, enquanto casos avançados podem requerer intervenções mais radicais, como amputação.

Fatores que influenciam a cura

  • Estágio da necrose: necrose inicial, se a interrupção do fluxo sanguíneo ou a infecção forem tratadas rapidamente, o tecido pode ser parcialmente recuperado. Já na necrose avançada, quando o tecido está morto, não há possibilidade de regeneração, sendo necessária a remoção da área afetada;
  • Causa subjacente: condições como diabetes, doenças arteriais ou infecções graves precisam ser controladas para evitar que a necrose progrida ou reapareça;
  • Tratamento precoce: intervenções imediatas, como restauração do fluxo sanguíneo, desbridamento (remoção do tecido necrosado) e uso de antibióticos, aumentam as chances de recuperação;
  • Saúde geral do paciente: idade, imunidade e presença de outras condições, como insuficiência cardíaca ou renal, afetam a capacidade de cura.

A cura da necrose é acompanhada por medidas preventivas para evitar recidivas. Isso inclui controle rigoroso de doenças como diabetes, parar de fumar, manter hábitos saudáveis e realizar acompanhamento médico regular.

Embora a necrose em si não seja reversível, a condição pode ser controlada e tratada, permitindo que o paciente recupere qualidade de vida, ainda mais se houver diagnóstico e intervenção precoces.

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